quarta-feira, 21 de março de 2012

Um espetáculo de ritmo Down com braile

Sabe por que todos os dançarinos ganharam o concurso de dança? Porque os Downs não competem, só se divertem!
Quando uma criança se depara com algo diferente, normalmente reage rapidamente questionando, querendo saber o porquê. Com Aninha não foi diferente. Ela conheceu uma nova amiga na escola: Andréa Karina, a Cuca. Logo percebeu que ela é uma menina "um pouco diferente" dos outros amiguinhos, e, igualmente, muito divertida, alto astral, falante, animada mesmo!
No livro Dança Down, a doutora em Lingüística Cláudia Cotes conta para crianças que enxergam e não enxergam um pouco do ambiente escolar de Cuca e Aninha. Cuca tem Síndrome de Down. Escreve de um jeito estranho. A professora explica que Cuca não consegue fazer algumas coisas igual a todo mundo, como ler e escrever ou resolver contas, mas pode fazer outras coisas muito melhor que ela, Aninha.
Matutando, a menina chega em casa e pergunta à mãe em que sua nova amiguinha pode ser melhor que ela. "Ora, Aninha, pergunte pra ela!". Cuca lhe revela um desses talentos: sabe dançar! E na mesma hora começa a dançar... sem parar... Todos percebem a ginga da garota e param para assisti-la. Depois disso, muita coisa legal passa a acontecer na escola!
Cláudia Cotes, na voz de uma menina sem a síndrome, "brinca" com a palavra down, criando neologismos: showdown, downvertido, downçar. O texto é divertido, tem seu lado poético e, além disso, também está escrito em braile, para mais gente com deficiência visual acompanhar o que acontece na escola depois da chegada de Cuca. Sempre por perto, o artista plástico Dimaz Restivo cuidou de registrar as situações que a pequena bailarina cria ao longo das páginas.
Após escrever muitos livros sobre inclusão, Cláudia, que perdeu um irmão com Síndrome de Down no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (em 2004), continua inconformada com a lentidão com que as coisas vêm ocorrendo no Brasil em relação ao universo das crianças deficientes.  "Na Inglaterra, há uma feira inteira sobre livros e materiais para crianças que têm problemas", compara ela, que foi a primeira escritora a lançar um livro em tinta e braile no Brasil - Dorina viu (na Bienal de 2006, também por Paulinas Editora).
Cláudia, entretanto, nem comemora os dez livros que já publicou sobre inclusão - "nada diante dos tantos que já escrevi". Lidando com a deficiência desde criança, fundou a ONG Vez da Voz (www.vezdavoz.com.br) que busca a inclusão de crianças deficientes. Mãe de Carolina e Victor, aprendeu com o irmão Paulo muitas coisas legais, entre elas - e talvez a mais bacana: entender que as diferenças fazem parte da vida - da minha, da sua, da nossa!
A autora - Cláudia é formada em Letras, Fonoaudiologia e Lingüística. É responsável pelo setor de Laringologia e Voz do Instituto de Otorrinolaringologia Penido Burnier, especialista em voz pelo Centro de Estudos da Voz (CEV) e presta assessoria à EPTV (afiliada da Rede Globo).
O ilustrador - Dimaz Restivo é artista plástico e diretor da ONG Vez da Voz. Cursou Jornalismo, estudou técnicas de ilustração, desenho acadêmico e pintura contemporânea. É ator-pesquisador, participou de exposições e teve trabalhos de cartuns e caricaturas selecionados em salões de humor, com reconhecimento também na Itália, no Irã e na China.

Título: Dança Down
Autora: Cláudia Cotes
Ilustrador: Dimaz Restivo
Coleção: Fazendo a diferença
Formato: 22,0 x 16,0
Páginas: 24
Preço: R$ 16,60

Nenhum comentário:

Postar um comentário