quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Especial Círio de Nossa Senhora de Nazeré - Romarias, Procissões Parte I

Transporte dos Carros para a CDP

  
Este é o momento em que os treze carros das promessas utilizados na grande Festa do Círio são levados da Estação dos Carros, que fica ao lado do Centro Social de Nazaré, para os galpões da Companhia Docas do Pará (CDP), de onde saem no domingo. O percurso é feito durante a noite, em um dos dias da semana que antecede o Círio, e começa no Arraial de Nazaré, passa pelas travessas 14 de Março e Antônio Barreto, avenidas Doca de Souza Franco e Marechal Hermes até o armazém da CDP.

   O trajeto é feito pela Diretoria da Festa, Guarda de Nazaré, promesseiros, representantes de colégios, motociclistas e Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel). De suas casas, devotos acompanham a caminhada. O momento também é prestigiado com fogos de artifício. A Berlinda não acompanha esse trajeto.

Traslado para Ananindeua

   
Na sexta-feira que antecede o Círio, acontece o traslado da imagem peregrina para os municípios de Ananindeua e Marituba, um percurso de 48,5 quilômetros, que começa ao meio-dia e termina às 20 horas. O Traslado para Ananindeua, como ficou conhecida esta procissão, é realizado desde 1992. Nos dois primeiros anos, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré era levada em um cibório, uma armação em metal constituída de um teto arqueado (abóbada), sustentado por quatro colunas retorcidas. Hoje, a imagem peregrina é levada da Basílica Santuário de Nazaré em uma réplica da Berlinda em cima de um carro da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A mudança ocorreu por conta da necessidade de proteger a imagem, que no cibório ficava exposta ao vento, sol e chuva.

   O percurso inicia na Basílica Santuário e passa pelas avenidas Nazaré, Magalhães Barata, Almirante Barroso e BR-316. Depois, segue pelos bairros Cidade Nova e Paar, em Ananindeua, e entrada do município de Marituba, até chegar a Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Ananindeua.

   Lá a imagem fica em um palanque armado em frente à Igreja Matriz, onde passa a noite em vigília. Na manhã de sábado, a imagem é levada pelos devotos na romaria rodoviária.

Romaria Rodoviária


A Romaria Rodoviária foi criada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e acontece desde 1989. Realizada no sábado, véspera do Círio, a romaria que leva a imagem peregrina da Matriz de Nossa Senhora das Graças, em Ananindeua, para o distrito de Icoaraci é precedida de uma missa às 5h. Há sete anos, essa procissão passou a ser organizada pela Diretoria da Festa com a colaboração da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Prefeitura de Ananindeua e outros órgãos públicos.

   Após a celebração religiosa na Igreja Matriz, os motoristas começam o trajeto pela BR-316 até o Entroncamento, indo pela Rodovia Augusto Montenegro até Icoaraci, onde passam pelas ruas 8 de Setembro e São Cristóvão, parando no trapiche do distrito.

   Depois de um percurso de 24 quilômetros, a procissão chega a Icoaraci por volta das 8h, onde uma nova missa é celebrada. Às 9h, a imagem é colocada numa embarcação para continuar a viagem, rumo à Praça Pedro Teixeira, dando início à Romaria Fluvial.

Romaria Fluvial


 Conhecida como "Círio das Águas", a Romaria Fluvial também é realizada no sábado, véspera do Círio de Nazaré. O percurso de 10 milhas até a Praça Pedro Teixeira começa às 9h, no trapiche de Icoaraci. A parada é em Belém na Escadinha do Cais do Porto (ao lado da Estação das Docas), por volta das 11h.

   Quando chega à Escadinha, a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré é recebida com honras de Chefe de Estado, pela Polícia Militar, em Belém. A ocasião se repete desde 1999, motivada pela Lei Estadual nº 4.371, de 15 de dezembro de 1971, que proclamou a Virgem de Nazaré, Padroeira do Pará, Rainha da Amazônia e merecedora dessa grande homenagem.

   Criada em 8 de outubro de 1986, a primeira Romaria Fluvial foi acompanhada por cerca de 30 barcos e marcada por imensa emoção, no momento em que uma grande auréola luminosa surgiu no céu contornando o sol. O fenômeno foi considerado um sinal de benção e aprovação da Virgem de Nazaré àquela manifestação de fé dos devotos.

   Para a romaria nas águas da baía do Guajará, foi confeccionada mais uma réplica da berlinda, usada até 2002. No ano seguinte, ela foi substituída por uma cúpula de vidro que é usada até hoje. A cúpula permite maior visibilidade da imagem pelos ribeirinhos e fiéis que a acompanham. Atualmente, mais de mil embarcações, entre barcos, lanchas, balsas e veleiros participam do "Círio das Águas".

Moto-romaria


Após a chegada da Romaria Fluvial na Escadinha do Cais do Porto, em Belém, os romeiros se integram aos motociclistas que aguardam a imagem para conduzi-la na Motoromaria, que surgiu no Círio de 1990. A iniciativa foi da Federação Paraense de Motociclismo, que decidiu também prestar a sua homenagem, acompanhando a imagem de Nossa Senhora de Nazaré até o Colégio Gentil Bittencourt.

   Num percurso de 2,6 quilômetros, centenas de motociclistas, ciclistas e outros veículos fazem a escolta da imagem até o colégio. Ao longo do trajeto, que compreende as avenidas Presidente Vargas, Serzedêlo Corrêa, Gentil Bittencourt, travessa 14 de Março e avenida Magalhães Barata, muitas homenagens são feitas à Rainha da Amazônia.

Trasladação



 A Trasladação é realizada na noite do sábado que antecede o Círio de Nazaré. Depois de uma missa às 17h, no Colégio Gentil Bittencourt, os fiéis se dirigem em procissão à Igreja da Sé, fazendo o mesmo trajeto da procissão do domingo, mas no sentido inverso. Diferente do que ocorre no Círio, onde vários carros de promessas e pelotões acompanham a procissão, na Trasladação há apenas a berlinda em destaque.

   O fato da procissão acontecer à noite torna o momento ainda mais bonito, pois, além de a cidade toda se enfeitar e se iluminar para saudar a Virgem de Nazaré, é possível constatar que a Trasladação é uma verdadeira procissão à luz de velas levadas pelos devotos durante todo o percurso.

   Um dos momentos mais emocionantes da procissão ocorre durante a homenagem dos estivadores e arrumadores, que soltam fogos de artifício em honra à Virgem de Nazaré, num verdadeiro espetáculo de cores e luzes.

   A cada ano que passa, o número de fiéis que acompanham a Trasladação é maior. Nos últimos anos, a corda atrelada à berlinda tem sido tão disputada quanto na grande procissão de domingo.
 

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