sábado, 29 de outubro de 2011

10 anos da Fraternidade o Caminho


Os filhos e filhas da pobreza do Santíssimo Sacramento festejam com uma celebração eucarística


 
Os filhos e filhas da pobreza do Santíssimo Sacramento do Altar, como se intitulam os integrantes da “Fraternidade Missionária O Caminho”, comemoram hoje,23, uma década de caminhada no Brasil. São dez anos alimentando a missão de ajudar os que estão caídos e que sofrem pelas ruas, dando dignidade àqueles que só tem esperança nas mãos dos que comungam o Corpo e o Sangue de Deus. Em Belém, a comemoração foi ontem, 22, com uma celebração eucarística, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa. A Fraternidade Bom Pastor, de reabilitação de dependentes químicos, localizada no município de Benevides, foi o local escolhido para celebrar a presença viva de Jesus no interior de cada novo irmão de rua resgatado.
A celebração eucarística iniciou às 11 horas. Irmãos e irmãs das Fraternidades Bom Samaritano e Santa Clara, leigos e leigas, juventude do grupo Resgata-me, benfeitores e amigos do carisma estiveram presente na festa. Na ocasião, também, três formandos e três filhos prediletos desse carisma receberam o Santo Sacramento do Crisma.
Em sua homilia o arcebispo de Belém destacou a ação da Fraternidade no Brasil. “Eu desejo que nesses dez anos em todos os lugares onde se faz a comemoração, essa festa seja a ação do Espírito dizendo: precisamos mais ainda de vocações boas, santas e sérias”, disse.
“Quero desejar que vocês seis, que receberam agora o Sacramento do Crisma, façam a experiência bonita de dizer ‘eu preciso de ti Senhor e por isso eu suplico: dá-me o teu espírito. Espírito de Sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade, temor de Deus’. Digam sempre eu preciso do Espírito Santo”, recmendou disse o sacerdote aos que deram sei sim ao Sacramento.
A FRATERNIDADE
 
A Fraternidade surgiu a partir da necessidade de ajudar os jovens da Zona Sul de São Paulo, que estavam envolvidos com o uso ativo de drogas, com o tráfico, com o crime e com a violência. Os idealizadores foram o padre Gilson juntamente com Sônia das Chagas (que mais tarde se chamaria Irmã Serva das Chagas Ocultas, co-fundadora), Márcia Oliveira Maia Prates e mais alguns jovens. A missionariedade presente nestas pessoas tornou-se ações concretas a partir do aluguel de uma casa, localizada à rua Maracujá Natal, nº 139, no bairro de Vila Natal, emSanto Amaro.

A partir disso muitas pessoas começaram a ajudar. Nesse momento, o padre Gilson percebeu que Deus queria muito mais que um grupo de amigos e voluntários. Começou-se então uma experiência de vida comunitária marcada por momentos de oração, trabalho, amizade e missão.

O nome da fraternidade não poderia ser concebido se o consentimento de Deus. Por isso, em um momento de profunda oração e intimidade com Deus, ES que surge para o sacerdote o texto bíblica: “Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. Foi pedir-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de poder trazer para Jerusalém, presos, os que lá encontrassem pertencendo ao Caminho, quer homens, quer mulheres” (Atos 9, 1-2). Era esse o anseio de todos: serem homens e mulheres do “Caminho”, como eram conhecidos os primeiros seguidores do Mestre.

Não tardaria para que esta obra de Deus frutificar. O Centro de Solidariedade, onde hoje é a Fratérnitas Madre Teresa de Calcutá, que acolhe idosos e doentes, é apenas uma das grandes expressões da vontade de Deus em ajudar seus filhos.

A Fraternidade expandiu. Adquiriu uma chácara na região para trabalho terapêutico dos jovens acolhidos; abriu outra casa para acolher dependentes químicos em Belém e depois em Ilhabela, litoral norte de São Paulo.

Em 2004, através da Pastoral Carcerária, Padre Gilson conheceu Dom Pedro Luiz Stringhinni que lhe propôs assumir uma área pastoral no Jardim da Conquista, que mais tarde veio a tornar-se paróquia. Hoje, a Fraternidade conta com 42 casas sendo que duas delas se encontram no Paraguai, uma na Bolívia e uma nos Estados Unidos. Possui, também, um projeto da CNBB, que possubilitou o envio de duas irmãs para Lixinga, em Moçambique. A obra atende semanalmente 4.950 pobres em situação de rua e egressos, que os procuram para fazer higiene pessoal, tomar café, almoçar, fazer triagem, atingindo uma média de 19.800 por mês.

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